"Responde em campo" é o mote do projeto que visa superar preconceitos e alavancar a modalidade em todo o país.
O futebol já é o desporto mais popular em Portugal, mas a Federação Portuguesa de Futebol quer transformá-lo na modalidade mais praticada por raparigas de norte a sul do país.
Com o movimento "Responde em campo", lançado esta terça-feira, o organismo que superintende o futebol português pretende encorajar meninas e mulheres a praticarem um desporto predominantemente masculino. Mais do que isso, espera mudar mentalidades, desmistificar ideias pré-concebidas sobre o futebol feminino e garantir que as jogadoras sejam vistas como atletas que treinam e se esforçam pelo futebol.
No filme de lançamento, são mostradas imagens de jovens raparigas com bola e algumas internacionais portuguesas, da principal Seleção Nacional feminina. Joga-se na rua, nas escolas, no Centro de Estágios das Seleções Nacionais. E também se executam truques em 'Freestyle'.
A velocidade, o esforço, a determinação e a exuberância técnica das protagonistas contrastam com as palavras de um narrador envelhecido e preso à ideia obsoleta de que "o futebol não é para meninas".
A ação do filme apresenta-se, assim, com uma espécie de antítese com sentido provocativo, já que as imagens contradizem tudo o que é proferido pelo narrador.
Em crescimento na Europa
Desde que a UEFA lançou o seu Programa de Desenvolvimento do Futebol Feminino em 2010, o jogo expandiu-se a vários os níveis em toda a Europa, com as 55 federações-membro a investirem cada vez mais mais em recursos e na melhoria das condições de trabalho para praticantes, técnicos, dirigentes e árbitros de futebol feminino.
A fase final do Campeonato da Europa de 2017, a decorrer na Holanda até 6 de agosto, conta com um máximo histórico de 16 seleções, incluindo a portuguesa, que se estreará na competição frente à Espanha, esta quarta-feira, pelas 17h00 [18h00 locais].
Recorde nacional de federadas
A modalidade dado um salto qualitativo em Portugal, onde a FPF tem criado novas competições nacionais e apostado na melhoria das condições de trabalho para praticantes e demais agentes desportivos ligados ao futebol feminino.
As presenças inéditas das seleções femininas em fases finais de Campeonatos da Europa são reflexo desse investimento. O mesmo acontece com o crescimento do número de praticantes femininas.
Em fevereiro de 2017, o organismo bateu o seu recorde absoluto de praticantes de futebol feminino federadas, com 4.062 jogadoras inscritas. Esse número representa um crescimento na ordem de quase 34 por cento em relação a período homólogo na época anterior.
Os dados recolhidos poda FPF mostram, também, que o crescimento se fez sentir de forma mais expressiva nas camadas mais jovens. De facto, no universo das praticantes inscritas, 3010 jogadoras estão em idade júnior [mais mil jogadoras que na época passada].
Equipas femininas à distância de um clique
No âmbito da campanha "Responde em Campo", a FPF prepara-se para lançar uma plataforma online para auxiliar jogadoras com pretensões de desenvolvimento desportivo.
Esta ferramenta, disponível em http://respondeemcampo.fpf.pt/, elencará todas as equipas com futebol feminino existentes em Portugal.