Portugal venceu o Campeonato do Mundo de Futebol de Praia a 18 de fevereiro de 2001. Madjer recorda a conquista.

18 de fevereiro de 2001. Data histórica para o futebol de praia português. Neste preciso dia, Costa do Sauípe, em São Salvador da Bahia (Brasil), Portugal conquistou o Campeonato do Mundo de futebol de praia, o primeiro da sua história. A vitória na final frente à França, por 9-3, foi mais do que um título, foi uma porta aberta para os futuros sucessos da Equipa das Quinas.

Na caminhada no Mundial - que ia na 7.ª edição -, Portugal venceu o Grupo C, com duas vitórias frente aos EUA e Uruguai. Nos quartos-de-final, a equipa treinada por Alexandre Julião elimina Espanha por 1-0, seguindo para o duelo com o Brasil nas "meias". No embate com os anfitriões, que somavam seis Mundiais seguidos, Portugal foi mais forte, impôs a sua qualidade frente à equipa que muitos consideravam imbatível e venceu no prolongamento por 6-5.

Na grande decisão, a Seleção Nacional enfrentava França, que tinha, entre outros, o emblemático Eric Cantona. No primeiro período, Portugal não deu hipóteses e construiu uma vantagem de quatro golos, com Alan, Hernâni, Barraca e Madjer a marcar. Alan, no segundo tempo, fez mais dois e elevou as contas para o 6-0. A resposta veio de Ottavy, a reduzir, mas Madjer faria o 7-1 ainda no segundo período. Ottavy e Cantona reduziram no derradeiro período, mas Nunes e Alan fixaram o resultado em 9-3.

Alan, figura histórica do futebol de praia português, foi o melhor marcador da prova, com dez golos, enquanto Hernâni foi considerado o melhor jogador.

20 anos depois, Madjer recua até aos seus 24 anos e, em declarações ao fpf.pt, destaca a importância desta conquista: "Foi sem dúvida marcante, pelo pouco tempo de modalidade em Portugal e porque foi o ponto de viragem para o reconhecimento e respeito, abrindo portas para um futuro cada vez mais profissional. É um imenso orgulho ter feito parte desta geração que iniciou o futebol de praia", recordou.

A vitória no prolongamento frente ao Brasil na sua casa, nas meias finais, não trouxe euforias, lembra Madjer: "Sabíamos que tínhamos dado um passo muito importante, mas que não servia de nada se não se ganhasse a final frente à França, sabendo que para lá terem chegado também tinham um potencial enorme", referiu.

Numa equipa que reunia nomes experientes como Hernâni, Pedro Jorge, Nunes, Marinho ou Zé Miguel, os jovens talentos Alan e Madjer estavam a crescer. O agora coordenador de futebol de praia da FPF, recorda a união do grupo: "Era e continua a ser uma família, este sempre foi um dos lemas que incutimos e que tem vindo a passar de geração para geração, acabando por ser uma das chaves do sucesso. Nesta conquista já estava totalmente integrado e cresci muito como atleta e ser humano com esta família".

Os jogadores (recorte do jornal A Bola):