Selecionador Nacional e a internacional portuguesa Diana Silva analisaram o desaire da Equipa das Quinas frente à Alemanha.
Francisco Neto em discurso direto:
"Foi Portugal que poderia e deveria ter entrado melhor. Entrámos com respeito a mais, se calhar com um bocadinho de medo. E aí, sem dúvida nenhuma, posso ter sido eu, e acredito que tenha sido eu, que não consegui desbloquear isso às jogadoras. Como líder, nessas coisas é tranquilo. É a nossa ambição e muitas vezes não o conseguimos fazer.
Depois corrigimos taticamente. Passámos para o losango e as jogadoras sentiram-se novamente confortáveis. Começámos a pressionar mais alto, com duas avançadas a pressionar as duas centrais da Alemanha para impedir a circulação por trás, que nos criou muito desgaste. Com o losango, ajustámos os ‘timings’ de pressão e começámos, lentamente, a empurrar a Alemanha para trás, criando as nossas oportunidades, fazendo o nosso, intranquilizando a Alemanha e crescendo no jogo à medida que nos fomos sentindo mais confortáveis, acima de tudo na organização ofensiva.
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Sabíamos que, com a Francisca [Nazareth] fresca, ela podia dar mais ligação no meio, que entrelinhas iria ter bola. A ideia foi dar mais de velocidade ao lado esquerdo, com a passagem da Ana [Borges] para lateral, e a equipa procurar a Francisca, para ligar o jogo entrelinhas e solicitar a profundidade das duas avançadas. Acho que conseguimos ter mais bola e crescer.
A equipa estava a ter bola, estava a conseguir e acho que todas as que entraram foram dando critérios diferentes, dentro do que cada um faz. Todas foram úteis, todas as que entraram acrescentaram qualquer coisa ao jogo, o que me deixa orgulhoso e feliz.
Disse-lhes que estava muito contente com os 55 minutos que conseguimos fazer e que estava triste com os primeiros 35, que os assumia e que internamente iríamos discutir para as fazer crescer. Mas sinto que, neste momento, estamos mais próximos das equipas de ‘top’. Não estamos ao nível delas, temos de continuar a trabalhar.
O discurso foi sempre o mesmo: em setembro de 2022, dependendo de nós para estarmos no apuramento direto ou no ‘play-off’. Sempre foi esse discurso e iremos mantê-lo. Não tenho dúvidas de que, com este compromisso, com esta qualidade de jogo, principalmente na segunda parte, estamos mais próximos de o conseguir.
Faltam quatro finais. Agora é descansar, recuperar preparar o que aí vem na Algarve Cup [em fevereiro de 2022] e finalizar a época com a força toda”.
Diana Silva em discurso direto:
“Começámos o jogo com um pouco de respeito a mais pela Alemanha. Claro que é uma seleção fortíssima, mas permitimos espaços que depois levaram aos seus golos. Reagimos tarde de mais e os erros pagam-se caros. Hoje pagámos caro.
Claro que acreditamos [no apuramento]. Ainda temos um longo caminho a percorrer e vamos dar tudo em todos os jogos para conseguir vitórias.
Em termos físicos, elas estiveram melhor do que nós e isso sentiu-se em campo. Precisamos de implementar o nosso jogo, ter mais bola, para não entrar em duelos físicos com estas seleções mais poderosas”.