Selecionador Nacional e João Moutinho fizeram antevisão do encontro frente a Espanha
Fernando Santos em discurso direto:
- "Acho que não é a posse de bola o ponto mais forte de Espanha, mas sim a capacidade que têm de a recuperar. Estes treinadores, da escola do Barcelona, têm presente a capacidade que têm de recuperar bola. Sempre foi uma grande arma do Barcelona, da seleção espanhola e do City. Capacidade de jogar com bola, recuperá-la logo e jogar. Não queremos perdê-la para eles a terem menos. Mas o futebol é o jogo dos golos. Podes ter 70% de posse, mas se não chegas à baliza, não fazes golo. A Espanha joga em posse objetiva, procura soluções e empurra adversário para trás. O João Moutinho disse que também muitas vezes explora a profundidade. Foi isso que trabalhei com os jogadores. São duas equipas tremendas, ambas querem ganhar. Vamos colocar em campo as nossas qualidades e características."
- "O que queremos é dar continuidade ao que fizemos nos últimos jogos. Padrão e forma de jogar é o que vamos procurar manter. Não haverá grandes mudanças. Uma ou duas em relação à equipa dos últimos jogos com a Turquia e a Macedónia. O que vou procurar é que a equipa mantenha o padrão, fazendo alterações de jogo para jogo. Não tanto a questão dos jogadores, do ritmo... Queremos consolidar nesta Liga das Nações, que queremos ganhar, o nosso padrão de jogo, que acho que devemos consolidar de forma clara."
"Na primeira Liga das Nações havia muita gente a desvalorizar e na segunda caiu o Carmo e a Trindade por não irmos à fase final. O nosso objetivo é sempre vencer. Não há aqui preparação para o Mundial. Há uma competição que queremos vencer. Esta fase de grupos é extremamente difícil. Duas das melhores seleções do Mundo, uma terceira, que é a Suíça, que tem feito sempre boas campanhas. Esta prova é muito importante para nós."
"Procurei dar quatro dias a cada um dos jogadores. O Rui Patrício jogou dia 26, chegou dia 30. O Jota jogou dia 28 e chegou aqui ontem. É importante gerir tudo isto. O Pepe também foi outro caso. Compete ao selecionador gerir isto. O Jota apareceu muito bem, não ganhou a Champions mas ganhou a Taça da Liga e a Taça de Inglaterra.
"Acho o calendário claramente exagerado. Até vocês jornalistas, falam sobre isto. Quatro jogos em dez dias nem durante a época... Em 12 dias já vi, mas em 10 nunca vi. A época foi altamente desgastante, jogadores chegaram há poucos dias, vamos jogar amanhã, depois 3 dias…. Se as 72 horas em certa altura da época já não chegam, no fim é quase impraticável. Os jogadores estão bem, com alegria e motivação, mas olhamos e vemos que há ali algumas dificuldades. Num treino com mais de 60 minutos sentimos que já abanam um bocadinho. Temos de ter esse cuidado, eu e meus colegas, principalmente os jogaram até há meia dúzia de dias. Isso obriga a rotação clara nestes jogos. É impossível jogar o mesmo 'onze' em 4 jogos, nem pensar.
Primeiro quero dar os parabéns a todos os que venceram competições. Já o fiz pessoalmente a muitos. Deixar os votos de parabéns e a satisfação por aqueles que nos últimos dias, ganharam nas várias modalidades, individual e colectivamente, mas também no futebol. Na Roma, com o Rui e o Sérgio, e com Mourinho, o único que conquistou três provas internacionais. O futebol português é cada vez mais reconhecido por todos. (...) Como o João Moutinho disse, nunca tive aqui, desde 2014, um momento em que sentisse clubes cá dentro. O ambiente é este e é o que vai continuar a ser."
João Moutinho em discurso direto:
"O espírito está bom, sempre foi bom. Tentamos transportar isso para todas as convocatórias, o espírito, entreajuda e vontade de vencer. Vamos jogar contra uma seleção muito forte que vai querer impor o seu jogo e ganhar, tal como nós. Vamos tentar vencer o jogo, é esse o nosso objetivo".
"(...) Aqui na Seleção não há clubes, há um grupo e um espírito muito fortes, estamos todos unidos para atingir a vitória por Portugal e para atingirmos os objetivos que queremos atingir".
"Portugal tenta fazer isso em todos os jogos em que entra. Claro que sabemos que do outro lado temos uma seleção extremamente forte, que vai tentar impor o seu jogo, mas nós vamos tentar jogar o nosso futebol. Fizemo-lo nos últimos jogos e tem de ser com esse espírito, entreajuda e qualidade. Só assim conseguiremos, com todos a darem 100 por cento, sairmos vitoriosos, que é o nosso grande objetivo".
"Todos os jogos que fazemos aqui encaramos com a mesma importância, seja particular, da Liga das Nações... é uma competição onde estamos integrados, já a conquistámos e é extremamente importante para nós. Vamos para dentro de campo para tentar ganhar o próximo jogo e tentar conquistar a competição".
"Acho que a Espanha ao longo dos anos tem vindo a ser caraterizada pela posse de bola, mas não é só nisso que são fortes. Têm a posse mas usam muitas vezes o ataque à profundidade. Temos de estar atentos a todas as situações de jogo. Ver o que o jogo está a pedir e tentar controlar os pontos fortes deles, colocando em prática os nossos, tendo a bola para jogar. Temos de nos focar muito em nós, sabemos que impondo o nosso jogo vamos ter oportunidade de vencer".
"Acho que nos focamos naquilo que a Espanha como seleção pode fazer. Qualquer jogador que estiver dentro de campo tem qualidade, e tal como Portugal, têm um grupo forte, com qualidade e em que qualquer jogador vai dar o seu melhor. Se não jogar um joga outro. Nós focamo-nos no que eles podem fazer e nos problemas que podem criar, não nos focamos individualmente porque não é assim que se ganham jogos. Temos isso bem presente nas nossas cabeças e vamos dar o melhor para vencer a Espanha e não certos jogadores".