“Ecossistema do futebol é muito maior que dois ou três clubes”, afirmou o líder do Paris Saint Germain.
O qatari Nasser Al-Khelaifi, presidente do Paris SG, foi o primeiro orador do Football Talks 2022 esta segunda-feira, num painel dedicado ao tema “O Futuro do Futebol”. O dirigente começou por mostrar-se “muito otimista”: “É brilhante, o poder do futebol chega a todos, clubes grandes e pequenos, adeptos... O Euro foi um sucesso fantástico para a UEFA, mostrando que as pessoas continuam a gostar de ver futebol ao vivo”.
Sobre a direção que deve tomar, Nasser Al-Khelaifi considerou que o “futebol em si tem a sua cultura e é tradicional”, mas alertou também que tem de ser “criativo e pensar fora da caixa”. “Temos de pensar como é que conseguimos mais interesse para o nosso jogo. Os adeptos também querem ver o que é que os jogadores fazem fora do campo. É claro que o que fazem dentro é importante, mas é necessário usar o que se passa fora. O futebol une-nos e vejo isso quando viajo com a equipa, é um sucesso enorme. Mesmo durante a pandemia foi assim”, assinalou.
O dirigente falou em seguida das ligações do seu PSG a Portugal, lembrando a “lenda Pauleta” - que se encontrava na plateia - tal como Humberto Coelho, outro ex-jogador do clube -, prosseguindo com a questão da Superliga Europeia, da qual sempre foi um opositor, e do novo formato da Liga dos Campeões. “Esta nova fórmula aumenta o número de jogos em 150 por cento e já está a ser um sucesso. Estamos unidos no sentido de desenvolver o futebol, respeitar os adeptos e os media, pois o ecossistema do futebol é muito maior que dois ou três clubes. Isso é muito importante para todos nós”.
O dirigente assinalou ainda como “muito importante” a questão da sustentabilidade financeira, sobretudo depois dos difíceis dois últimos anos. “Nós investimos, não compramos, porque adoramos o futebol. Na covid, o investimento salvou o futebol. Mas há clubes muito endividados e isso é um perigo.”
Nasser Al-Khelaifi salientou ainda o investimento do clube no futebol feminino, pois “a diversidade e inclusão são muito importantes para nós”. “É possível no futuro dar lucro mas é preciso paciência, porque ainda há muito a fazer, sobretudo nas camadas jovens”, assinalou. Para finalizar, o presidente do PSG falou sobre a importância de “envolver as comunidades locais” e da sua experiência como antigo tenista: “Ensinou-me a ser forte e a mantermos o respeito. Que sem lutar não vamos lá, no desporto temos de trabalhar mais duro que noutras atividades.”
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