Admirável mundo novo tecnológico

Football Talks

“Criar mais conteúdo que seja rápido e atrativo” - ideia forte de mais um painel da edição 2022 do Football Talks.

Uma geração com hábitos diferentes vai obrigar a uma forma diferente de abordar o futebol. O debate do Football Talks, esta segunda-feira, sobre como a tecnologia vai melhorar a experiência de ver futebol teve quatro participantes e falou sobre o futuro, que em muitos casos já é presente. Um mundo onde o espectador se transfigura em usuário e adquire controlo sobre os conteúdos que prefere ver. O futebol como produto.

Ben Mirvis, da WSC Sports, resume tudo o que se ouve a seguir logo no início da conversa, na qual também intervieram Gil Pereira (Altice), João Presa (Eleven Sports) e Luís Parafita (7egend): “Temos de criar mais conteúdo, que seja rápido e atrativo, porque o desporto está a tornar-se num conteúdo como qualquer outro.”

Para Gil Moreira, as novas tecnologias “vão criar disrupções na forma como o futebol é consumido”: “Por exemplo, há imensos conteúdos que podem ser produzidos para pequenas faixas de consumação que no fim se tornam numa grande fatia do mercado. Outro exemplo: as pessoas agora consomem múltiplos jogos ao mesmo tempo e é por isso que estamos a fazer uma campanha de multiview.”

Para João Presa, o importante é “chamar o usuário à plataforma”. “Eles querem consumir múltiplos eventos ao mesmo tempo, e nós temos de conseguir fazer isso sem poluir o conteúdo que estamos a produzir. O objetivo é trazer as novas gerações que não estão tão engajadas com o produto”. Ainda assim, “o fã do futebol existe e vai continuar a existir, até porque os 90 minutos continuam a ser o mais importante”.

“Os fãs hoje em dia querem tudo - e agora - mas a tecnologia nunca vai substituir a mente humana”, acrescenta Ben Mirvis.

A evolução não se fará, todavia, de forma escorreita. “Qualquer mudança de paradigma é sempre difícil de aceitar, sobretudo num mundo como o futebol. O comentador ainda é o comentador da estação”, afiança Luís Parafita, acrescentando algumas soluções: “Já permitimos que nas transmissões da Liga os espectadores possam escolher entre ouvir o comentário ou o ambiente do estádio. Ou, na Liga dos Campeões, seguirem o jogo com o comentário original ou na língua em que está a ser emitido. O feed alternativo de áudio está a ter algum sucesso. E os broadcasters também têm feito um esforço ao introduzirem os hashtags nas transmissões. Isto é dar poder ao espectador e vamos começar a ver mais coisas dessas, com, por exemplo, os comentários alternativos.”

Da audiência levantou-se a questão sobre os limites da tecnologia. “Está apenas nos regulamentos e é para isso que existem as entidades. Vamos ter sempre tendência a melhorar o que ainda não é perfeito e tudo o que a tecnologia puder ajudar vamos fazê-lo, dentro dos regulamentos”, refere Gil Moreira. Para João Presa, “há questões que, eticamente, vão continuar a ter de ser discutidas, pois é preciso proteger os dados, o usuário, o consumidor e, claro, o atleta”.

Consulte aqui o programa completo do Football Talks 2022


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