Perspetivando o futuro, diretora-geral adjunta da FPF vê a modalidade como “principal promotor da igualdade e integridade na sociedade”.
A diretora-geral adjunta da FPF, Mafalda Urbano, inaugurou o segundo dia do Football Talks com uma apresentação sobre “O Futebol Português em 2030”, em que defendeu o aumento da centralidade do futebol na vida das pessoas: “O futebol tem de estar na vida de toda a gente.”
Mafalda Urbano acredita que “se as meninas perceberem que podem jogar futebol também acreditarão que podem fazer outras coisas”, o que poderá fazer da modalidade o “principal promotor da igualdade e integridade na sociedade”.
Reconhecendo a dificuldade de olhar para o futuro, sabendo que o mundo há dez anos era tão diferente e, por exemplo, não era imaginável que uma mulher ocupasse as suas funções, Mafalda Urbano baseou-se nas tendências de evolução conhecidas para elencar cinco forças de mudança: a tecnologia, que vai mexer com o futebol, como será jogado e como será visto; o aumento da participação das mulheres, não só como praticantes; o crescimento dos eSports; a maneira como se vai ganhar dinheiro, com eventuais alternativas ao broadcasting; e a incerteza, que não desaparecerá e se manifestou recentemente de forma drástica com pandemia e a guerra.
Foi em referência à incerteza que Mafalda Urbano citou pela primeira vez o vice-presidente da FPF e diretor técnico nacional José Couceiro. “O futebol é arrogante”, diz Couceiro, na medida em que dá tudo por adquirido e garantido, uma presunção que, segundo a diretora-geral adjunta da FPF, precisa de ser combatida porque “queremos continuar a ser o desporto favorito dos portugueses e um grande motor da economia”.
O ponto de partida é bom. “Portugal é um dos países mais bem-sucedidos do futebol europeu. É um país onde cerca de 75 por cento da população gosta de futebol”, mas é preciso pensar para a frente e “o Mundial de 2030, se for organizado por nós, é uma excelente oportunidade para mostrar ao mundo a nossa casa, mais bonita”, propõe Mafalda Urbano.
São três os principais vetores onde estão as oportunidades de melhoria, segundo Mafalda Urbano: ao nível da prática, nas infraestruturas, proporcionado condições ao desenvolvimento do desporto escolar; no âmbito do consumo, melhorando o desempenho internacional de clubes e seleções, fazer crescer o feminino e estar atento à evolução da tecnologia; e, quanto à organização, ajudar a ação dos cerca de 1.900 clubes, maioritariamente amadores. Tudo isto tendo em conta que o tempo das pessoas continuará a ser o mesmo, os dias não esticarão, e a competição não deverá ser entre modalidades, mas sim entre o desporto e as outras formas de entretenimento.
“O futebol, além daquele que consumimos, tem de estar na vida das pessoas toda a vida, também como prática”, antevê Mafalda Urbano, propondo, por exemplo, que pessoas de 65 anos possam praticar walking football.
Um dos objetivos anunciados pela diretora-geral adjunta da FPF é fazer de Portugal “o formador de referência” a nível internacional no futebol, quer estejamos a falar de jogadores, treinadores, árbitros ou quaisquer outros agentes.
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