Instalações são pilar do desenvolvimento desportivo

Football Talks

Preocupações com as responsabilidades de assegurar a manutenção dos espaços dominou painel orientado para o “desafio de ter onde jogar”.

Vítor Pataco, presidente do IPDJ – Instituto Português do Desporto e da Juventude – afirmou no Football Talks que “as instalações são um pilar do desenvolvimento desportivo, além dos pilares das pessoas e do financiamento” e que,” a revestir isto tudo, está a tecnologia". "As câmaras municipais têm de se preocupar com a diversidade das instalações e o Estado tem uma função reguladora” para proteger todas as modalidades, disse Vítor Pataco. “Um estudo na Eslovénia concluiu que a menor prática desportiva estava diretamente associada à degradação das instalações e que, com a recuperação delas, a prática registou um forte incremento”, revelou ainda a propósito deste tema.

A deputada Isaura Morais, na qualidade de moderadora do painel “Infraestruturas: o Desafio de ter onde Jogar”, recordou que, quando era presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, “uma grande preocupação era a sustentabilidade do centro de estágio e de formação” de elevados padrões internacionais ali existente e também a tentativa de que os habitantes não fossem "meros espetadores" das instalações. "Há dez anos, o tema era a obesidade infantil e agora é a iliteracia motora ou física”, frisou Isaura Morais.

Fernando Parente, presidente da Associação Portuguesa de Gestão do Desporto e diretor de programa da FISU – Federação Internacional do Desporto Universitário – defendeu que, em matéria de adequação das instalações desportivas, “a avaliação deve ser feita por territórios” e baseada “em estudos nas comunidades”, para permitir “aumentar a taxa de participação. Uma instalação desportiva tem de ter um programa, para não se tornar inútil”, num país em que a taxa de prática regular desportiva é de apenas 20 por cento.

“As instalações desportivas fazem parte da malha urbana e, quando são bem construídas, atraem a prática desportiva”, afirmou Fernando Parente. A sustentabilidade e a acessibilidade são preocupações centrais da presidência checa da União Europeia, que colocou a questão das instalações desportivas na agenda. Portugal, que deve ter cerca de 7300 instalações, precisa de atualizar o estudo do ano 2000. Fernando Parente sugere que se peça ao Serviço de Cartografia do exército para fazer o levantamento do mapa das instalações.

Luís Rodrigues, da Tempo Livre de Guimarães, considera que, em Portugal, “temos preferido menos planeamento e mais cimento” e que “a criatividade é a chave para sairmos da crise, recorrendo a três vetores: requalificar (os espaços nas escolas, com base no trabalho do professor Carlos Neto); adaptar; e transformar”. Luís Rodrigues, assumindo que “a proximidade é determinante” nesta matéria, realçou um número do IPDJ: 34 por cento do orçamento dos municípios para o desporto é aplicado na construção e manutenção de instalações. “Destas verbas, gostava de saber quanto é que vai para a construção”.

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