Entrevista do treinador do Liverpool foi um dos momentos altos da edição 2022 do Football Talks.
Em vésperas de liderar o seu Liverpool na deslocação a Nápoles para mais um jogo da Liga dos Campeões, o alemão Jürgen Klopp aceitou fazer uma pequena intervenção no Football Talks desta terça-feira. O técnico dos reds nunca escondeu a sua admiração pelo futebol nacional e, não por acaso, tem optado pela mercado português para reforçar o seu plantel. Se já tinha Diogo Jota, só neste ano civil já lhe juntou Luis Díaz (contratado ao FC Porto), Darwin Núñez (ao Benfica) e Fábio Carvalho (recrutado ao Fulham, de Marco Silva).
Num vídeo pré-gravado, o alemão começou por falar na forma como o “futebol está a evoluir na direção certa, evoluiu muito desde que eu jogava”. “Os jogadores beneficiam da informação que os treinadores angariaram ao longo da carreira. Mas, no fim, continua a ser tudo sobre ganhar jogos”, assinalou.
Sobre a tecnologia, Klopp considerou-a “muito útil e absolutamente necessária”. “Mas é preciso usá-la da melhor forma. O nível é completamente diferente de há dois anos. Também usamos tecnologia noutros aspetos e ainda há espaço para mais inovações. Como podemos ajudar os jogadores a melhorar, orientação. Há muitas coisas, é um campo muito interessante e muito aberto. Mas continua a ser um jogo do povo.”.
O tempo útil de jogo também foi abordado, pouco depois do técnico se ter queixado, e muito, do antijogo do Newcastle em Anfield. “Não tenho a certeza que se deva parar o relógio a toda a hora, porque interromper o ritmo é o pior. Penso que se deve usar uma ferramenta muito antiga, que é o cartão amarelo. Seria a melhor educação para minimizar o problema. Todos vemos as situações em que é óbvio e isso é que devia ser mais punido, alterando o nível de risco para quem perde tempo. As pessoas pagam para 95 minutos de futebol, não para ver 60”, referiu.
Sobre o futebol português não foi escasso nas palavras de elogio à forma como se trabalha. “Do ponto de vista futebolístico são competidores, incrivelmente bem treinados na juventude. É um belo país mas não é o maior, por isso é realmente impressionante o que fazem, a forma como os jogadores são treinados. Lembro-me que o meu treinador de juventude era um carteiro, talvez se tivesse sido bem treinado pudesse ter sido mais que um jogador mediano. Não há coincidências”, considerou, antes de dar um exemplo de como os portugueses encaram o futebol: “Fui fazer um anúncio a Lisboa e fomos visitar o local onde o Figo cresceu. No meio daquelas casas havia um campo de futebol, com iluminação! Na Alemanha não seria possível, toda a gente viria gritar à janela porque queria estar a ver televisão ao serão. Isso mostra que deves seguir o teu sonho e que o ambiente pode ajudar-te nisso.”
Consulte aqui o programa completo do Football Talks 2022