Kika Nazareth: "É preciso acreditar e sobretudo trabalhar"

Futebol Fem. - Seleção A

Internacional portuguesa dá o mote para o embate com os Estados Unidos.

A Seleção Nacional Feminina A realizou, na manhã deste sábado, mais um treino em Auckland, de preparação para o embate de terça-feira frente aos Estados Unidos. Apenas Fátima Pinto esteve ausente da sessão de trabalho. A recuperar de um traumatismo no joelho direito, a centrocampista fez trabalho individualizado no ginásio.

Antes do treino, a avançada Kika Nazareth deu voz ao estado de espírito da Equipa das Quinas, a poucos dias do duelo com a seleção mais cotada do Mundial.

“Chegamos ao último jogo a depender só de nós e foi isso que nos foi pedido. Temos os Estados Unidos pela frente, o campeão das duas últimas edições, que não perde há não sei quantos anos [desde 2011] numa fase final, mas também acho que temos vindo a fazer um bom trabalho”, começou por referir a internacional portuguesa, de 20 anos.

Kika Nazareth não tem dúvidas de que “é preciso acreditar, e é preciso, sobretudo, trabalhar", algo que Portugal "tem feito da melhor maneira possível”, segundo a jove atacante. “Temos noção daquilo que nos espera, mas estamos focadas em nós, o que é muito importante. Entrar em campo a respeitar, com humildade, mas sempre com caráter e personalidade. O trabalho vai estar lá, o talento está lá. E acho que também é sempre preciso um bocadinho de sorte. É acreditar. Vamos entrar em campo como se fosse o jogo das nossas vidas”, avisou.

A avançada do SL Benfica fez notar que as internacionais portuguesas têm “um talento que é difícil encontrar-se”, enquanto os Estados Unidos “têm tudo e são uma das maiores potências do mundo”.

“Temos de aproveitar ao máximo todas as oportunidades que conseguirmos ter. É jogar à Portugal. Seja uma, duas ou três oportunidades, assim que estivermos frente à baliza - com o Vietname aconteceu várias vezes, mas só concretizámos duas - não podemos errar. Sempre que tivermos oportunidades, é conseguir concretizá-las, mas, antes, há muito trabalho a fazer, há 100 metros de campo para percorrer”, realçou, assumindo que a Equipa das Quinas está preparada para "sofrer, mas com alegria um sorriso na cara".

“Acho que se não acreditarmos, e vou excluir daqui o trabalho e o talento, a bola também não anda para a frente. Temos de acreditar. Acreditamos e vamos fazer por isso”,reforçou Kika Nazareth.

Questionada sobre a sua exibição frente ao Vietname e o recorde que bateu nesse jogo, ao destronar Cristiano Ronaldo no topo dos portugueses mais jovens a marcar em Mundiais, a jogadora fez questão de partilhar méritos com a equipa.

"Para mim, o mais importante a retirar daquele jogo foi o momento histórico que se viveu, a primeira vitória numa fase final, a primeira vitória sem sofrer golos, o primeiro golo - neste caso o da Telma (Encarnação) e, depois, o meu. Foi uma vitória à Portugal. Há sempre margem de progressão mas também há que retirar e ver as coisas boas”, disse.

“Foi a Telma que me passou (a bola) para marcar golo. Foi uma vitória para a qual eu ajudei com um golo, mas a vitória é de Portugal e acho que isso tem que ser o mais importante, porque eu também só estou aqui pelo todo, pela equipa que está por trás, desde as minhas colegas, aos treinadores e a todo o 'staff' da equipa. É um recorde que tem lá o meu nome, mas não deixa de ser um recorde de todas", frisou.

Desafiada a pensar no futuro pós-Mundial, a jovem internacional portuguesa preferiu destacar o presente: “Temos a noção de que estamos numa montra. Os olhos estão postos em nós, mas é este momento que nós estamos a viver, não é o que aí vem. Mais importante do que pensar no futuro é pensar nestes próximos dois/três dias, é pensar no próximo jogo, é pensar no Mundial e não no que vem a seguir. Acho que ao mínimo deslize de foco as coisas podem correr mal. Nós não temos esta oportunidade todos os dias, por isso acho que o mais importante é focar no próximo jogo e depois logo se vê".

O jogo entre Portugal e os Estados Unidos, referente à 3.ª jornada do Grupo E, está marcado para terça-feira, às 19h00 locais (08h00 em Lisboa), no Estádio Eden Park, em Auckland. O vencedor do encontro garante a passagem aos oitavos de final do Mundial.

Convívio com jornalistas portugueses
A Seleção Nacional almoçou, este sábado, com os jornalistas que acompanham a primeira aventura da equipa no Campeonato do Mundo Feminino. No final do almoço, o grupo juntou-se para uma 'foto de família', no hotel de estágio das internacionais portuguesas, na cidade de Auckland.

 

 

 


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