Triunfo por 2-0

O Benfica venceu, nesta noite de segunda-feira, o Sporting, em Alvalade, por 2-0, num jogo dinâmico e com um bom nível de intensidade e competitividade. O Benfica superiorizou-se em largos momentos do jogo e teve na eficácia o seu ponto alto, contrariamente ao seu adversário. A equipa de Filipa Patão é líder da Liga BPI - quatro jogos e outras tantas vitórias - enquanto o seu adversário de hoje está no terceiro lugar com 6 pontos, embora com menos um jogo. Cristina Martin-Prieto voltou a ser determinante nesta vitória.

O dérbi entre o Sporting e o Benfica atraiu uma boa assistência, esta noite, ao Estádio de Alvalade, com 6.490 espectadores a marcarem presença. A atmosfera vibrante do estádio refletiu a importância deste confronto e o apoio dos adeptos.

Sporting e Benfica, até então invencíveis nesta edição da Liga BPI, apesar de na última semana terem sido eliminados da fase de grupos da Liga dos Campeões, encararam este jogo com grande determinação e com o objetivo de desfazer rapidamente o 0-0. As duas equipas adotaram uma atitude séria e aberta, investindo num futebol prático e simples, o que desde o apito inicial resultou num espetáculo digno e interessante. A intensidade e a procura constante pelo golo tornaram o jogo emocionante, refletindo a qualidade e ambição de ambas as formações.

O Sporting entrou melhor no jogo, é verdade, com investidas espontâneas à baliza adversária, mas importa sublinhar que o Benfica não tardou a responder à altura. As duas equipas, com sistemas táticos distintos, acabaram por se encaixar de forma eficaz, criando um natural equilíbrio. Esse encaixe perfeito resultou num confronto sem oportunidades claras de golo, na sua primeira fase, mas com um ritmo fluído, mantendo o jogo, pois, interessante e competitivo. Ana Capeta acendeu o sinal de alarme na área benfiquista, aos 21 minutos, ao aproveitar um excelente passe em profundidade de Cláudia Neto, mas o sentido de oportunidade e a leitura de jogo de Carole Costa foram decisivos para evitar qualquer perigo, neutralizando a jogada antes que causasse estragos.

Esse lance foi uma exceção, numa fase em que as visitantes começaram a assumir o domínio territorial do jogo, especialmente a partir dos 20 minutos, o que tornou o seu ataque mais dinâmico e impulsionado pelas ações da goleadora Cristina Martin-Prieto. A espanhola ameaçou aos 28 minutos, mas a classe e a segurança de Hannah Seabert impediram o golo. Pouco depois, um passe fantástico de Chandra Davidson, a rasgar pelo centro do terreno, permitiu a Martin-Prieto inaugurar o marcador com um remate certeiro de pé direito, e depois de ter vencido o duelo particular a Georgia Eaton Collins.

Na situação de desvantagem, aliás como seria de esperar, o Sporting respondeu à altura e com o seu melhor futebol e, ainda antes do intervalo, teve na cabeça de Maiara Niehues a grande oportunidade para chegar ao empate. No entanto, a bola acabou por bater no poste, na sequência de um livre lateral, deixando as leoas a centímetros do golo. Na sequência do lance, o empate só não se concretizou devido à rápida intervenção de Laís Araújo, que foi eficaz no alívio, afastando o perigo da área benfiquista. As visitantes acabaram por justificar esta tímida vantagem no fecho do primeiro tempo.

Na segunda metade, quando se esperava uma forte reação do Sporting, acabou por ser o Benfica a demonstrar maior pragmatismo e eficácia. Numa rápida transição para o ataque, a equipa visitante ampliou a vantagem para 2-0. Martin-Prieto lançou Catarina Amado, que, com visão de jogo, assistiu Nycole Raysla. A brasileira, com um sprint vigoroso, avançou com perigo para a área e, de pé esquerdo, finalizou com precisão, fazendo o segundo golo, e depois de ter aproveitado alguma passividade da defesa leonina.

Na contra-resposta, e numa fase em que o jogo se abriu em demasia, Ana Capeta teve a oportunidade de reduzir a desvantagem (56’) com um remate de pé direito, em zona frontal, após concluir um cruzamento de Ana Borges. No entanto, a classe de Pauels foi determinante, evitando o golo com uma defesa segura.

A treinadora Mariana Cabral fez alterações na equipa praticamente no final do primeiro quarto de hora do segundo tempo, procurando dar um novo impulso ao ataque. No entanto, as suas boas intenções não se concretizaram, pois as jogadoras não conseguiram encontrar soluções eficazes para penetrar no meio-campo adversário. Isso permitiu que o Benfica controlasse, sem dificuldades, a vantagem de dois golos, mantendo-se firme na sua defesa.

Já em contra-relógio, o Sporting lançou mais jogadoras no ataque e na tentativa de reentrar no jogo. No entanto, só teve uma verdadeira oportunidade de golo, quando Ana Capeta, mais uma vez, teve a oportunidade de fazer o 1-2, aos 84 minutos. O seu remate, forte e bem colocado, foi brilhantemente defendido pela guarda-redes alemã, que se mostrou mais uma vez decisiva. Embora o Sporting tenha acumulado três oportunidades para reduzir a desvantagem, incluindo a tentativa de Capeta, o poste e duas grandes defesas de Lena Pauels impediram que esse objetivo se concretizasse. A eficácia também acabou por marcar a diferença nesta vitória do Benfica.

SPORTING 0-2 BENFICA (0-1 ao intervalo)

Liga BPI
Jornada 4
Estádio José Alvalade

Árbitra: Sandra Bastos
Árbitras assistentes: Sandrine Bastos e Taisa Tavares
Quarta árbitra: Joana Rodrigues

SPORTING: Hannah Seabert, Georgia Eaton Collins, Ana Borges (Cap.), Ana Capeta, Fátima Pinto, Cláudia Neto, Telma Encarnação (Brittany Raphino, 58’), Maiara Niehues (Maísa Correia, 84’), Jacynta Gala (Diana Silva, 58’), Andreia Bravo (Brenda Pérez, 72’), Alícia Correia.
Suplentes não utilizadas: Catriona Shepard, Rita Fontemanha, Vera Cid, Beatriz Fonseca, Miri O’Donnell.
Treinadora: Mariana Cabral
Disciplina: nada a registar

BENFICA: Lena Pauels, Marit Lun, Cristina Martin-Prieto (Marie Alidou, 69’), Andreia Norton, Nycole Raysla (Leticia Almeida, 85’), Andreia Faria (a Beatriz Cameirão, 84’), Carole Costa ( Cap.), Catarina Amado, Anna Gasper, (Pauleta, 56’), Chandra Davidson, Laís Araújo.
Suplentes não utilizadas: Rute Costa, Joana Silva, Jody Brown, Lara Martins, Neide Guedes.
Treinadora: Filipa Patão
Disciplina: cartão amarelo para Anna Gasper (48’), Laís Araújo (55’), Andreia Norton (65’), Nycole Raysla (76’), Pauleta (90’+3’).

Golos: 0-1 (Cristina Martin-Prieto, 35’), 0-2 (Nycole Raysla, 48’).

Mulher do jogo: Cristina Martin-Prieto

Cristina Martin-Prieto (Benfica) preponderante

A avançada espanhola, de 31 anos, voltou a ser determinante, demonstrando um grande sentido prático no ataque à baliza de Hannah Seabert. Martin-Prieto abriu o marcador com um remate de pé direito, após vencer o duelo particular a Easton Collins. Além disso, teve uma participação efetiva no segundo golo, contribuindo significativamente para a vitória da sua equipa. Mais uma excelente exibição de uma jogadora em grande forma.