Internacional português levantou o troféu do Mundialito-2018 após o seu último encontro ao serviço da Equipa das Quinas.
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Não são muitos os desportistas que se possam orgulhar de ter uma história que se confunde com a da própria modalidade que praticam. Alan Cavalcanti, 42 anos, natural da cidade brasileira de João Pessoa (Paraíba), é um desses casos raros em que alguém é o que faz. E tantas foram as coisas boas feitas ao serviço da Seleção Nacional portuguesa de futebol de praia que mereceu uma homenagem muito especial no dia que marcou a sua despedida da Equipa das Quinas.
Quis o destino que Alan se despedisse dos encontros internacionais na mesma prova em que iniciou o seu percurso: o Mundialito de futebol de praia. Vinte anos, centenas de internacionailizações e muitos golos depois, fecha-se o ciclo para um dos melhores jogadores de sempre de uma modalidade muito acarinhada em Portugal.
Uma "final" imprópria para cardíacos!
O título desta crónica baseia-se numa expressão que os "speakers" deste Mundialito de futebol de praia repetiram diversas vezes durante o eletrizante Portugal-Espanha que decidiu o vencedor do torneio. Não foi caso para menos.
Após uns primeiro e segundo períodos muito equilibrados, sem golos e em que as equipas se apresentaram com muitas cautelas, Portugal partiu para os últimos 12 minutos na firme disposição de fazer funcionar o marcador do lotado Estádio Multiusos de Areia, na Costa de Caparica. O objetivo foi concretizado através dos golos de Bê Martins (11') e Jordan (9'), mas a Espanha não baixou os braços e concretizou mesmo a reviravolta: Edu (9' e 5') e Llorenç (3') colocaram em causa uma vitória que parecia bem encaminhada poucos minutos antes.
Habituado a momentos de tensão, o capitão Madjer marcou de livre direto aos 4' e fixou o resultado que se verificaria no final do tempo regulamentar e após prolongamento (3-3).
No desempate por pontapés de penálti, Elinton Andrade esteve ao seu nível habitual e defendeu os remates de Antonio e Chiky, revelando-se decisivo para que os penáltis certeiros de Madjer e Coimbra chegassem para dedicar este triunfo a Alan, que levantou o troféu por "exigência" do capitão da Equipa das Quinas.
Goto leva Japão ao pódio
Portugal e Espanha revelaram-se mais fortes que os seus adversários neste Mundialito de futebol de praia em termos individuais e coletivos, mas houve alguns jogadores mexicanos e japoneses cujos desempenhos também chamaram a atenção.
O caso mais flagrante é o de Goto, um internacional nipónico repentista e com grande capacidade de finalização, ou não tivesse ele conquistado o prémio de melhor marcador do torneio, com seis golos.
Este domingo fez o segundo "hat-trick" em dois dias (também marcou três golos a Portugal no sábado) e contribuiu decisivamente para o tiunfo japonês frente ao México (6-2), que definiu a equipa que ficou na terceira posição do Mundialito. Para além dos golos de Goto (aos 4' do 1P, 11' e 7' do 2P), o Japão constriuiu a sua vitória pelos remates certeiros de Okuyama (5' e 4' do 1P) e Komaki (10' do 2P). Pelo México marcaram Aleman (11' do 1P) e Vizcarra, no último segundo do primeiro período.
Prémios individuais do Mundialito Almada-2018:
Melhor jogador: Jordan (Portugal)
Melhor guarda-redes: Andrade (Portugal)
Melhor marcador: Goto (Japão)