Fernando Gomes dá as boas-vindas a Martínez

Seleção A

Presidente destaca trabalho de Fernando Santos e enaltece competência de Roberto Martínez

O presidente da FPF, Fernando Gomes, apresentou o novo selecionador nacional, Roberto Martínez, destacando a sua competência, mas não esqueceu igualmente o trabalho realizado pelo anterior técnico, Fernando Santos.

Confira o discurso do presidente: 

"Bom dia a todos e obrigado por terem aceitado o convite para a apresentação do novo selecionador de Portugal, Roberto Martinez, a quem agradeço o entusiasmo e a ambição com que recebeu o convite da Federação Portuguesa de Futebol.

Sublinho também o sinal de coragem que nos dá a todos, uma vez que aceita suceder ao treinador mais titulado à frente da Seleção de Portugal.

Desejo-te toda a sorte e recebo-te, em nome dos portugueses, seguro de que tudo farás para colocar a equipa de todos nós nas decisões das maiores provas internacionais.

Este é um momento importante para a Seleção Nacional, peço que compreendam o facto de preferir ler as palavras que escrevi para esta ocasião. Não quero correr o risco de me esquecer de algum dos aspetos que considero relevantes neste dia.

Para começar, permitam-me que reafirme a honra que foi ter Fernando Santos como selecionador nacional desde 2014.

Juntos construímos o período mais feliz da seleção nacional, com a vitória no Euro 2016, a conquista da Liga das Nações, umas das melhores campanhas de sempre no Campeonato do Mundo do Catar e o fortalecimento dos laços entre a equipa de todos nós e os 11 milhões de portugueses.

Digo hoje o que a direção da FPF já teve oportunidade de afirmar em dezembro: muito obrigado Fernando Santos!

Estamos seguros de que os portugueses não esquecerão tudo o que fizeste nesta casa, que será para sempre também a tua casa.

Depois de um Mundial em que todos – a começar por mim! - sentimos que Portugal poderia ter ido mais longe, o desafio que enfrentei, como presidente da FPF, foi este: levar o ciclo que começou em 2014 até ao Europeu de 2024 ou iniciar já o ciclo que visa chegar ao Mundial 2026 como um dos mais fortes candidatos ao título?

A minha decisão, depois de profunda ponderação, foi começar um ciclo novo.

Permitam que seja muito claro sobre isto. Apesar de o nosso mandato terminar no final do ano civil de 2024, cumpre-me tomar todas as decisões de gestão que assegurem uma transição segura e tranquila para o meu sucessor ou para a minha sucessora.

Isso significa, por exemplo, liderar a candidatura ao Mundial 2030, pensar e executar o plano para o futebol português em 2030, reforçar os laços com parceiros, negociar patrocínios e receitas que até vão para lá de 2026, melhorar as competições da FPF, dar todas as condições às seleções nacionais e, claro, definir contratos com treinadores e treinadoras.

Até ao último dia na Cidade do Futebol, é isso que podem esperar de mim.

Nas últimas semanas defini o perfil do novo selecionador, em conjunto com os membros da direção que acompanham a Seleção A, Humberto Coelho e João Pinto, e também com José Couceiro, vice-presidente e diretor técnico nacional.

O novo selecionador nacional teria de ser ambicioso, conhecedor do futebol internacional, habituado a treinar jogadores ao mais alto nível, com experiência nos melhores campeonatos e idealmente também em seleções.

Na construção deste perfil nunca foi relevante o local de nascimento do novo selecionador de Portugal. Somos uma seleção formada por jogadores que na sua grande maioria atuam, já atuaram ou vão atuar nos próximos anos em diferentes países e campeonatos.

O percurso de Roberto Martinez fala por si próprio.

Nasceu em Espanha e como jogador desenvolveu-se no seu País e projetou-se em Inglaterra.

Como treinador, tem construído uma carreira com base na permanente aquisição de competências e no trabalho.

Há seis épocas teve oportunidade de começar a dirigir a Bélgica, seleção que colocou durante vários anos como número 1 do ranking mundial e que tornou uma equipa capaz de lutar com qualquer adversário, por todos os títulos.

Na primeira conversa com Robert Martinez foi imediatamente claro que estava perante um treinador que se encaixava no perfil desenhado.

Ele, tal como nós na FPF, acredita que Portugal pode e deve estar sempre na decisão das grandes competições. E estar na decisão significa, pelo menos, aceder às meias-finais. Em qualquer prova. É isso que ambicionamos, é esse o ADN da Federação.

Somos um País de futebol, os nossos clubes formam muito bem os atletas e os jogadores atuam diariamente ao mais alto nível. Portugal é um adversário temido e que pode vencer qualquer equipa.

Caro Roberto, apesar de o teu relacionamento com a FPF ter poucos dias, creio que já percebeste aquilo com que poderás contar: desejo permanente de progredir e ganhar, confiança, estabilidade, organização, capacidade de trabalho e, estou certo, o apoio dos portugueses que são um povo apaixonado pela seleção nacional.

O ciclo de Fernando Santos durou mais de 8 anos.

O ciclo de Rui Jorge na seleção sub-21 começou há 12 anos.

Jorge Braz lidera a seleção de futsal desde 2010.

Mário Narciso cumprirá uma década este ano no comando do futebol de praia.

Francisco Neto fará em fevereiro 9 anos à frente da seleção feminina de futebol.

Luís Conceição está há 8 anos como responsável pela seleção feminina de futsal.

Os treinadores precisam de tempo e apoio para formar equipas.

Isso é muito claro na FPF, tem sido assim desde que aqui cheguei, em dezembro de 2011.

Não será diferente agora.

Roberto, tudo faremos para o que teu ciclo à frente da seleção seja longo e feliz.

Nos próximos anos tu e a tua família terão oportunidade de descobrir um País que sabe acolher quem chega e que retribuirá sempre em dobro o trabalho e o empenho que colocares em cada dia na Federação Portuguesa de Futebol.

Muito bem-vindo a Portugal!"

 


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