Seleção A Feminina

Preparadas para os Estados Unidos

Futebol Fem. - Seleção A

Francisco Neto quer a melhor versão de Portugal frente às norte-americanas. Ana Borges diz que é possível fazer história.

A Seleção Nacional Feminina A realizou , na manhã desta segunda-feira, no Estádio North Harbour , em Auckland, o último treino de preparação para o jogo com os Estados Unidos, referente à terceira jornada do Grupo E. Durante a tarde, a equipa foi conhecer o palco do jogo, o Estádio Eden Park.

Portugal as norte-americanas já nesta terça-feira, às 19h00 locais (08h00 em Lisboa), e Francisco Neto aponta à conquista de três pontos, apesar de esperar as maiores dificuldades frente às bicampeãs mundiais. Ana Borges também mostrou confiança no sucesso luso.

O Selecionador Nacional em discurso direto:

[Sobre o estado de espírito do grupo antes do jogo decisivo com os EUA]
“A equipa sente-se motivada, com vontade de jogar. É mais uma oportunidade, mais um momento, mais um jogo de campeonato do mundo, mais uma ocasião para representarmos o nosso país ao mais alto nível. Trabalhámos muito e meritoriamente estamos na posição em que nos colocámos: chegar ao último jogo a depender só de nós num grupo extremamente difícil. Estamos com muita ambição e vontade de fazer as coisas bem”.

[Se o triunfo da Colômbia frente à Alemanha inspira as internacionais portuguesas para tentar a surpresa]
“A Colômbia tem grandes valores. Provavelmente, nós não temos tanto acesso àquilo que elas fazem, são equipas menos conhecidas, mas claro que a Alemanhá e a número 2 do ranking, é a Alemanha, super poderosa. O Mundial é muito isto, há sempre estes momentos em que equipas abaixo no ranking conseguem superar-se, transcender e ter exibições incríveis. Nós sempre acreditámos nisso, acreditamos no nosso valor e acreditamos que as equipas que são competentes e organizadas conseguem disputar os jogos até ao final. Queremos disputar o jogo contra os Estados Unidos até final, sermos suficientemente organizados e competentes para levar o jogo até ao final”.

{O que espera da atual equipa dos Estados Unidos]
“Uns Estados Unidos a darem continuidade ao que fizeram na segunda parte contra os Países Baixos. Altamente pressionantes, querendo dominar o jogo desde o início, tendo bola, empurrando a equipa adversária para o último terço com uma pressão muito grande, com muitas jogadoras na sua linha ofensiva no ataque ao último terço. Teremos de estar preparados e contrariar esta estratégia, que é o que acho que os Estados Unidos farão, está no ADN delas. Têm vindo a crescer no Mundial, cabe-nos a nós termos armas para o contrariar”

[Se a pressão que paira sobre as bicampeãs mundiais pode ser vantagem para Portugal]
“Isso é algo que não controlamos. Estamos a falar de jogadoras que jogaram muitas finais de Mundiais, estão há muitos anos em espaço de seleção, muitos Jogos Olímpicos. Claro que são seres humanos e claro que, também, quando as coisas não estão a correr bem têm alguma pressão extra. Mas quando a bola começar a rolar, a pressão de parte a parte vai desaparecer. Nós temos de ser capazes de nos impormos e não estarmos a contar com o nervosismo dos EUA. Notou-se, contra os Países Baixos, que as jogadoras dos Estados Unidos crescem com o encontro, crescem com as necessidades e a adversidade. Temos de estar preparados para a melhor versão dos EUA. Terá de aparecer, também, a melhor versão de Portugal”

[Importância da eficácia na finalização]
“Vamos ver se são poucas ou muitas [as oportunidades de Portugal]. Tentaremos aumentar o número de oportunidades, essa é uma grande missão, sabemos que é difícil. Já jogámos contra os EUA quatro vezes, sabemos que temos um passado duro contra elas [10 derrotas e um empate em 11 duelos, com zero golos marcados], há poucas equipas no mundo que marquem golos aos EUA. Mas nesses quatro encontros criámos sempre oportunidades, mesmo sem as termos concretizado. Temos a nossa estratégia para o ataque ao último terço, queremos colocar as nossas avançadas em boas situações para finalizar. A concretização disso estará, também, relacionada com a capacidade individual das jogadoras”.

[Se pudesse retirar uma jogadora ao adversário, quem seria]
“Elas não irão jogar com 10. Se eu tiro uma bicampeã do mundo, entra outra, se tiro alguém com 150 internacionalizações, se calhar entra alguém com 200. Não adiantar estar a tirar ninguém porque têm sempre valores a acrescentar, ainda agora vimos nos jogos, saiu a [Savannah] DeMelo e entrou a Rose [Lavelle]. Têm muitos valores no banco, como a Williams ou a Rapinoe. Têm grandes jogadoras preparadas e com vontade de contribuir”.

[Se o balanço do desempenho luso já positivo]
“Um factor de avaliação para nós enquanto equipa técnica era a nossa capacidade para competir. Ainda falta um jogo, temos de conseguir competir. Se isso não acontecer, a participação não será tão positiva como queremos. Acima de tudo, queremos ser competitivos nos três jogos, ser organizados nos três jogos. Nos dois primeiros, acho que conseguimos isso, mas ainda falta este jogo na fase de grupos. Queremos continuar, ir à Austrália, ouvir o hino mais vezes, respeitando o adversário que está no outro lado e todo o seu poderio. Um dos critérios para nós é sermos competitivos neste patamar e acho que neste jogo temos de o ser".

A internacional portuguesa Ana Borges em discurso direto:

[O que espera do jogo com os EUA]
“Sabemos que vai ser um jogo muito difícil, frente às campeãs do Mundo, mas, independentemente das dificuldades, queremos continuar na competição".

[Se acredita que Portugal pode vencer e apurar-se para oitavos]
“Se não acreditássemos não estávamos aqui. Tínhamos dado a vaga aos Camarões [2-1 na final do play-off intercontinental] ou nem a fase de grupos passávamos”.

[Se tem noção da dimensão das norte-americanas, primeiras colocadas no ranking FIFA]
“É nestes palcos que queremos estar, é contra estas seleções, as melhores do Mundo, com que queremos jogar, pois crescemos com elas. Queremos fazer história e deixar fora as bicampeãs do Mundo”.

[Portugal perdeu por 1-0 com os EUA em Houston, em 2021. O que mudou desde então?]
“São jogos completamente diferentes. Este é de uma fase final, enquanto o outro foi um amigável. Nós crescemos e os Estados Unidos têm muitas jogadoras novas, continuando fortes. Mas nós também temos um coletivo forte e é isso que queremos demonstrar”.

Casa bem composta
O encontro entre Portugal e os Estados Unidos, da terceira jornada do Grupo E do Mundial, e dirigido pela árbitra britânica Rebecca Welch, deverá atrair cerca de 43 mil adeptos às bancadas do Estádio Eden Park. 

As contas do apuramento
Portugal, que iniciou a sua participação no Mundial com uma derrota frente aos Países Baixos (0-1), e bateu o Vitename na segunda jornada (2-0), chega à última jornada do Grupo E a depender apenas de si póprio para alcançar os oitavos de final. Para que isso aconteça, terá de vencer os Estados Unidos, bicampeões mundiais e primeiros colocados no ranking FIFA de seleções femininas. Um empate também poderá ser suficiente, desde que o Vietname vença os Países Baixos.

Enquanto a Equipa das Quinas se estreia na competição, os Estados Unidos chegam ao jogo desta terça-feira na condição de recordistas de títulos mundiais, pois venceram quatro das oito edições disputadas. O último desaire norte-americano em Mundiais remonta aos ano de 2011 [perdeu por 2-1 com a Suécia].

Os Estados Unidos lideram lideram o Grupo E, com quatro pontos (4-1 em golos), os mesmos das neerlandesas, segundas (2-1), enquanto Portugal é terceiro, com três (2-1), e o Vietname, já eliminado, segue em quarto, sem qualquer ponto conquistado (0-5).

 


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