120 jogos de Rui Jorge como Selecionador Nacional Sub-21

Seleção Sub-21

Partida diante da Ucrânia assinalou número especial

Rui Jorge cumpriu, esta sexta-feira, diante da Ucrânia, o 120.º jogo ao comando da Seleção Nacional Sub-21. Um percurso de praticamente 14 anos (aniversário da apresentação como técnico assinala-se na próxima terça-feira) e que faz do antigo internacional português um dos Selecionadores Nacionais há mais tempo no cargo a nível mundial.

A estreia aconteceu a 9 de fevereiro de 2011, no Estádio Municipal 25 de Abril, diante da Suécia. A Seleção Nacional Sub-21 apresentava-se em campo, pela primeira vez, com Rui Jorge no banco de suplentes, acompanhado de três homens que viriam a ser os seus parceiros e companheiros de viagem neste longo trajeto - Romeu Almeida, Fernando Brassard e Alexandre Silva. O encontro terminou com uma vitória por 3-1 a favor da Equipa das Quinas, com tentos de João Silva, Wilson Eduardo e André Martins, deixando um bom prenúncio para o que estaria para vir.  

Esta partida era o pontapé de saída para uma era que ainda hoje perdura no futebol português e, mais concretamente, na Seleção Nacional Sub-21. Desde lá até então, passaram-se 120 jogos, divididos por 14 anos e muitos momentos que devem orgulhar todos aqueles que acompanham o futebol nacional.

Europeus de 2015 e 2021 como memórias agridoces

Todas as fases finais de Campeonatos da Europa são especiais e Portugal conta com 12 participações em Europeus de Sub-21 (já contabilizando com a do próximo mês de junho). Rui Jorge foi o técnico responsável por levar a Equipa das Quinas a cinco edições da prova (2015, 2017, 2021, 2023 e 2025), sendo que das quatro já realizadas, Portugal chegou a duas finais, repetindo, assim, o registo de 1994, o melhor até então.

Em ambas as edições, Portugal entusiasmou com a sua qualidade de jogo, onde um coletivo muito forte fazia sobressair algumas das individualidades que, hoje em dia, brilham na Seleção Nacional AA. Contudo, na hora decisiva, faltou a pontinha de sorte necessária a todos aqueles que levantam os troféus. Em 2015, o azar bateu à porta nas grandes penalidades, com a Suécia a levar a melhor. Em 2021, foi a Alemanha a vencer pela margem mínima. 

Registo vitorioso impressionante

Ao longo destes 120 jogos, há algo que tem sido um hábito na Seleção Nacional Sub-21: vencer. Dos 120 encontros, Portugal venceu 87, o que equivale a uma percentagem de  72,5%. Se contabilizarmos os jogos sem derrotas (104), essa percentagem passa para os 86,66%. 

É um registo absolutamente notável, que ganha ainda contornos mais impressionantes se atentarmos aos golos. Portugal marcou 314 golos e sofreu 102, uma média superior a 2,5 golos marcados por jogo.

De registar ainda que, entre 11 outubro de 2011 e 20 junho de 2017, a Equipa das Quinas esteve sem perder qualquer jogo oficial, o que equivale a um trajeto de cinco anos, oito meses e nove dias sem conhecer o sabor da derrota, em jogos oficiais. 

"Objetivo nunca é apenas ganhar"

Apesar de soberbos, seria injusto avaliarmos o trabalho de Rui Jorge e da sua equipa técnica apenas com base em percentagens de vitórias ou estatísticas de golos. Ainda esta quinta-feira, o Selecionador Nacional, na antevisão ao jogo com a Ucrânia, lembrou que, neste escalão, não interessa apenas ganhar, mas sim tornar os jogadores mais fortes, não apenas para preparar o futuro da Seleção Nacional Sub-21, mas também o da Seleção Nacional AA. "O nosso objetivo a nível dos sub-21 nunca é apenas ganhar, mas sim os jogadores serem individual e coletivamente mais fortes. Isso é que nos colocará em patamares superiores, que nos fará mais facilmente vencer", disse.

Dos atuais 24 convocados da Seleção Nacional Sub-21, apenas dois jogadores nunca trabalharam com Rui Jorge, o que dá uma percentagem de cerca de 92% de atletas que passaram pelas 'mãos' do técnico. A quantidade de atletas que têm dado o salto para o escalão superior é, portanto, por demais evidente e comprova a forma de trabalhar do antgo internacional português. Não sendo mérito exclusivo do Selecionador Nacional - como ele próprio diz de forma recorrente, elogiando sobretudo o trabalho dos clubes, mas também o quadro competitivo em Portugal -, a verdade é que, quem trabalha com Rui Jorge, reconhece que foi um período de enorme mais-valia na sua formação como homens e como jogadores.

Ainda recentemente, na Gala Quinas de Ouro 2024, aquando da entrega do prémio ao líder da Equipa das Quinas, Bruno Fernandes e Bernardo Silva deram voz a essa mesma opinião. "O mister é muito exigente, gosta do trabalho bem feito. Aprendi muito com ele. Acho que todos nós já dissemos que o mister é 'chatinho', mas a verdade é que nos prepara para o futuro e para as exigências do futebol sénior. Agradeço-lhe muito porque cresci muito nos Sub-21 e acho mesmo que foi a partir dali que comecei a jogar melhor", disse Bruno Fernandes. "Trabalhar com ele foi fácil, pelos valores da disciplina e da exigência, aliados a uma forma de ver o futebol como um jogo de ataque, com golos e ritmo... Vemos o jogo da mesma forma, sem dúvida", assinalou também Bernardo Silva.

Altura de preparar a próxima fase final

Os próximos meses da Seleção Nacional Sub-21 passam pela preparação e participação no Campeonato da Europa da categoria, a realizar-se na Eslováquia, no próximo mês de junho. Garantido o apuramento no passado mês de outubro, onde Portugal conquistou a primeira posição do Grupo G, com nove vitórias em dez jogos, o foco está já na fase final da competição. O sorteio da fase de grupos acontecerá no dia 3 de dezembro.

 


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