Guia pretende promover e aumentar a literacia emocional no contexto do desporto de formação.
Foi lançado oficialmente esta quinta-feira, no auditório n.º 2 da Cidade do Futebol, o Manual de Boas Práticas do projeto Sentinelas da Saúde Mental, cujo objetivo é promover e aumentar a literacia emocional no desporto de formação em Portugal.
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, abriu a sessão de apresentação, que foi conduzida pela coordenadora científica do projeto Sentinelas, Ana Bispo Ramires, auxiliada pelo investigador João Lameiras.
O projeto Sentinelas da Saúde Mental, recorde-se, resulta de uma parceria do Grupo de Atuação em Psicologia e Performance (GAAP) e conta com o apoio do Ministério da Saúde e da UEFA.
Partindo do mote de que "a saúde mental não pode ser ignorada", Fernando Gomes começou por lembrar que o projeto Sentinelas se iniciou com uma série de ações de formação que envolveram 1300 pesssoas e impactaram mais de 300 clubes.
O responsável federativo referiu, também, que a FPF quer "que os desportistas mais jovens se conectem a modelos de conduta positivos" e espera que o Manual "os inspire a seguir o melhor caminho, dentro e fora do desporto".
Ana Bispo Ramires explicou que o Manual de Boas Práticas visa "contribuir para a criação de ambientes positivos, inclusivos e resilientes no futebol de formação, colocando no centro da equação as pessoas que dão vida ao futebol no contexto dos clubes de futebol de formação."
"Esta iniciativa pretende dotar todos os intervenientes com um conjunto de estratégias que se pode implementar no dia a dia, melhorando o clima de bem estar e segurança psicológica de todo o sistema que o clube representa, como também contribui para o sucesso a longo prazo do futebol como desporto e como atividade de construção comunitária", prosseguiu a especialista.
O diretor da FPF João Vieira Pinto, também esteve na apresentação do Manual de Boas Práticas e salientou que "felizmente, hoje, fala-se muito mais e de uma forma muito mais natural da saúde mental do que se falava há uns anos."
"Eu recordo-me que quando era jovem e comecei na formação, aqui na FPF, já tínhamos psicólogo, com o professor Carlos Queiroz. Só que, entretanto, não foi dado seguimento a isso", disse o dirigente da FPF, e antigo internacional português.
"Hoje, faço parte de uma direção que tem essa preocupação e que quer dar mais ênfase e importância a esta questão, porque eu acho que é fundamental, sobretudo nos dias que correm, com a velocidade com que o tempo corre, com a pressão que existe no desporto, mas em todas as outras áreas também. Cada vez mais é importante a saúde mental", concluiu João Pinto.
LEIA AQUI O MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DO PROJETO SENTINELAS DA SAÚDE MENTAL