Arbitragem feminina em debate

Arbitragem

Mesa redonda envolveu todas as árbitras e realizou-se no Luso, durante a ação de reciclagem e avaliação

O Conselho de Arbitragem da FPF aproveitou o facto de, pela primeira vez, as árbitras de todas as categorias nacionais estarem juntas num mesmo espaço, para a realização da segunda ação de reciclagem e avaliação da época, para realizar uma mesa redonda, com convidados sem ligação direta ao setor, de forma a debater-se a perceção que outras áreas do desporto têm da arbitragem feminina.

A vogal do CA da FPF, Ana Brochado, responsável pela arbitragem na vertente feminina, moderou este encontro, convidando a diretora de futebol feminino da FPF, Mónica Jorge, o selecionador nacional feminino Francisco Neto, e ainda a jornalista Cláudia Martins, da Antena 1. Durante cerca de 90 minutos discutiu-se futebol em geral, com especial incidência na evolução do futebol jogado por mulheres em Portugal, mas também se falou sobre o crescimento da arbitragem e os desafios que se colocam numa altura em que aumenta o número de competições em Portugal.

Ana Brochado começou por identificar os desafios superados ao longo destes dois mandatos deste Conselho de Arbitragem, bem como os objetivos atingidos. Traçou um trajeto e destacou o desenvolvimento da arbitragem feminina e, a par do crescimento estatístico, a representatividade ganha ao nível das competições masculinas, das provas profissionais e do VAR, além da maior projeção internacional. Mónica Jorge falou um pouco do seu percurso, destacando os principais desafios, que foram comuns aos do futebol feminino e, por consequência, à arbitragem feminina. E foi curioso verificar a foma como a evolução foi tão rápida. Ao mesmo tempo, elogiou a forma como a arbitragem tem conseguido acompanhar o crescimento do futebol.

A este propósito, Francisco Neto confessou não saber se tem sido o futebol a puxar pela arbitragem ou contrário, mas destacou "o crescimento incrível a que temos assistido na arbitragem nacional, pelo trabalho que tem sido feito pelo Conselho de Arbitragem". Destacou ainda que "a arbitragem é parte fundamental do jogo", pelo que é importante valorizar todas as atividades, para seu próprio benefício, na posição de selecionador nacional, já que as jogadoras passam a ter em Portugal um contexto semelhante ao que encontram quando defrontam seleções estrangeiras.

Cláudia Martins falou igualmente do seu percurso, mas no jornalismo, e em particular no jornalismo desportivo, elencando os principais desafios (e dificuldades) da sua profissão. Disse que a Comunicação Social portuguesa continua a dar pouco destaque ao futebol feminino e também à arbitragem feminina, atribuindo a responsabilidade a todas as partes, reivindicando para os jornalistas maior formação ao nível da arbitragem.

As árbitras também intervieram, com várias opiniões, numa conversa animada e aberta, que permitiu conhecer um pouco melhor as diversas realidades no futebol feminino. 

Dois dias de trabalho

A mesa redonda, que teve lugar na manhã deste sábado, foi apenas um dos temas abodados ao longo de dois dias no Luso. Sexta-feira foi dia de provas físicas e testes escritos, ficando reservada para sábado a vertente mais teórica. Também de manhã houve uma sessão técnica e, depois do almoço, o psicólogo que trabalha com o Conselho de Arbitragem, Pedro Teques, apresentou às árbitras o Serviço de Psicologia do Desporto na Arbitragem, criado em 2024 e destinado a colaborar mais ativamente com os árbitros. 

A sessão de encerramento terminou os trabalhos. com o presidente do CA, Fontelas Gomes, a explicar os principais projetos desenvolvidos ao longo dos seus dois mandatos, mostrando igualmente números que demonstram o crescimento da arbitragem em Portugal. Seguiram-se os agradecimentos, com entrega de lembranças a todos os técnicos e membros so staff que trabalharam sempre com o CA, e natural destaque para a responsável pela arbitragem feminina, Ana Brochado, que foi ovacionada por todos os presentes, recebendo camisolas por parte de todas as categorias de árbitras nacionais, num momento muito emocional, que marca o final do mandato. 


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